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PERISCÓPIO DO PLANALTO: JAIR, O MENTECAPTO, DEBOCHA DA DOR DAS FAMÍLIAS NUM PAÍS DE 250 MIL MORTOS


 

Em algum momento o julgamento da história será implacável com a sandice presidencial e seus seguidores fetichistas do autoritarismo e da ignorância orgulhosa

 

Brasileiros ainda não acordaram para a extensão da própria tragédia. Covarde, elite econômica tapa o nariz enquanto caminha sobre uma pilha de corpos



Na imagem, caminho, solitário, sobre as escadarias do Capitólio, o Congresso americano, em Washington, quando  Barack Obama era Presidente.  Insuflados por um Trump perdedor,  no  último dia 6 de janeiro, bárbaros escalaram estes degraus na tentativa de se insurgir contra a maior democracia do planeta. Quatro pessoas morreram mas a democracia continuou viva. Biden tomou posse duas semanas depois, encerrando o ciclo sombrio do trumpismo e devolvendo a esperança aos americanos. Por aqui a vergonha ainda não tem uma data certa para acabar mas certamente este dia chegará

Vivemos uma regressão institucional sem precedentes. Ignorância, misoginia, mentalidade de quartel, agenda moral, populismo de direita, ataques violentos à imprensa e aos opositores, estado policial  e gestão flagrantemente criminosa da pandemia. Ainda assim...ainda assim, repiso, uma minoria tresloucada com fetiches de autoritarismo e da ignorância orgulhosa – frequentada, entre tantos, até mesmo por amigos e familiares que suporto cada vez menos – algo em torno de 30% da população ;  bate continência para a tragédia nacional comandada pela Dinastia dos Bolsonaro. As catarses nacionalistas não são novidade. Exemplos históricos são fartos e emblemáticos. Na Alemanha nazista, a sociedade civil mergulhou fundo no autoengano, saboreando chucrute enquanto fingia não sentir o cheiro de cadáveres que vinha dos campos de concentração e das câmaras de gás. Nos Estados  Unidos, os americanos viveram quatro anos sob o “comando” de um louco desvairado que levou, com seu negacionismo, a nação mais poderosa do planeta a contabilizar meio milhão de mortos. O palhaço loiro, de quem o estúpido que nos preside é devoto, tal como um golpista bananeiro, incentivou a até então inédita invasão do Capitólio; no golpe mais baixo contra a democracia americana de todos os tempos. Terminou como seus iguais ao longo da história: escurraçado do poder, no voto,  para o bem da humanidade . Sim, Jair também será. Em algum momento, o julgamento da história será implacável com a sandice  presidencial. Quem sabe, o mentecapto  será julgado também por crimes contra a humanidade. Os brasileiros ainda não acordaram para extensão da própria tragédia. Covarde, a elite econômica nacional tapa o nariz enquanto caminha sobre uma pilha de corpos. A “Paulista” e a “Faria Lima”  têm medo de retaliações de um estado vingativo e perseguidor. Bulímico, o PIB brasileiro é capaz de suportar o enjôo e vomitar escondido  em nome das reformas “liberais” de um falso liberal. Jair, um homem nascido e criado no baixo clero do parlamento, que se vendeu como “liberal” para chegar à Presidência, votou, como deputado, sistematicamente contra os mais básicos postulados do liberalismo econômico. Sua parceria com o “Posto Ipiranga”, Paulo Guedes, sempre foi um embuste. Quando despachava no Congresso como um deputado menor defensor da tortura e do fuzilamento de políticos, Jair, o herói dos ignorantes; anote aí,  votou contra o Plano Real e  contra as privatizações na mais perfeita forma de um representante classista, retrógrado. Enquanto milhares de brasileiros morrem diariamente de Covid-19, na contramão da desaceleração da maioria dos países que lutam contra a Pandemia, Jair investe todas as sua energias na destruição. Arma a população, militariza o governo, transforma policiais militares em apoiadores, normaliza o impensável, intimida poderes constituídos, ameaça governadores, apoia manifestações contra a democracia,  demite ministros da saúde comprometidos com a ciência colocando no lugar um lacaio que segue, de forma canina, suas obsessões negacionistas; atrasa, até o limite da mais absoluta loucura, a compra de vacinas; prega tratamentos charlatões e se posiciona, na cereja do bolo da insanidade, contra o uso de máscara. Desde o primeiro caso de Covid-19 no país, Bolsonaro jamais, repiso, jamais foi capaz de acenar com um gesto em favor das máscaras, do distanciamento social, da testagem massificada ou da vacinação. Falou mal da Coronavac até quando pode mas, diante do desastre econômico do encolhimento do PIB, foi obrigado a mudar o discurso e correr atrás do imunizante que transformaria as pessoas em “jacarés”. Jair provoca, sobretudo, constrangimento alheio.  Envergonha os brasileiros conscientes, livres da devoção idiota  , da cultura de Whatsapp e de posts prontos do Facebook.

 


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