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CRÔNICAS DE ONDE EU VIM: JORNALISMO MATREIRO DE “O GUAÍRA” “ESQUECE”, SEMPRE, DE LEMBRAR AOS LEITORES QUE JULGAMENTO DE AÇÃO ELEITORAL NO TRE NÃO TEM NENHUMA RELAÇÃO COM O AFASTAMENTO DE JOSÉ EDUARDO NA AÇÃO CRIMINAL DO GAECO E, DIGA-SE MAIS: NÃO TEM PODER PARA CASSAR SUA CANDIDATURA


 

Julgamento do próximo dia 6, no Tribunal Regional Eleitoral,  mesmo que desfavorável a José Eduardo, não tem o poder de cassar sua candidatura  ou provocar novas eleições já que efeito suspensivo total foi garantido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal

 



Sabe-se, desde que Guaíra ainda tinha suas ruas no chão batido, que o Jornal “O Guaíra”, sempre “a serviço da comunidade” (desde que a comunidade atenda seus interesses, é claro) ; é um órgão de imprensa matreiro, por assim dizer. À exceção, sem falsa modéstia, da época durante a qual comandei sua redação – e lá se vão quase trinta anos – o periódico dos Lacativa sempre procurou, de uma forma ou de outra, alinhar-se aos governos municipais de plantão em busca de contratos públicos. Vez ou outra, fingia uma oposição de veludo para pressionar os prefeitos
  a entregarem a chave do cofre.  Ato contínuo, quando isso acontecia, o jornal voltava à sua especialidade:  babar ovo para quem está no poder. O jornal também é de uma “litigância heroica”, se é que me entendem. Por meio de ações movidas por Inara Lacativa, uma das herdeiras do pasquim, “O Guaíra” me processa até hoje (uma das ações chegou ao Supremo e outra está a caminho) por eu ter revelado suas relações pouco republicanas com o poder executivo.  Para não passar recibo de perseguição de um jornal a  um  jornalista, as querelas foram impetradas no nome da herdeira caçula. Como se isso fizesse alguma diferença para o conjunto da obra. Faz parte.  É do jogo já que o choro sempre será livre. Sabe-se também que o intrépido periódico abriga em sua redação a jornalista profissional Aline Casado. A mesma que serviu à campanha desastrosa dos Armani sem ter – pasme – deixado a redação do jornal. É isso mesmo que você leu. Enquanto ganhava uns trocados como “marqueteira” dos Armani, Aline, autorizada pela patroa, Izildinha Lacativa; continuava cobrindo as eleições municipais como jornalista “isenta”. Sei, sei. Deixa eu ver se juntos, eu e você, crédulo leitor, entendemos... A “isentona”  trabalhava na Campanha dos  Armani e cobria as campanhas dos adversários como jornalista de O Guaíra. Sem nenhum conflito de interesse, “é claro”. “Imagina!”. Minha Terra Natal é mesmo uma cidade de “puros”. Um município de “inocentes”. Um celeiro de “isentos”. Falo de cátedra. Eu fiz exatamente a mesma coisa em 1996 – e lá se vão quase trinta anos -  quando coordenei minha primeira campanha política como marqueteiro da histórica candidatura de Jorge Domingos Talarico. Naquela época eu era diretor de redação do Jornal “O Guaíra”  e consegui permanecer no cargo mesmo sendo anunciado publicamente como comunicador da campanha de Jorge. Adivinha se eu consegui (ou “quis”)  ser isento tendo um jornal na minha mão? Conversa fiada. Fiz o que pude para usar o periódico como linha de transmissão da narrativa que eu utilizava na campanha.  Tanto é verdade que Jorge Domingos acabou “roubando” votos preciosos do favorito Minininho Pugliesi, o que foi fundamental para a vitória inesperada de Cláudio Armani naquela eleição. Evidentemente o mesmo não pode ser dito da senhora Casado. Mesmo com um jornal na mão não conseguiu livrar seus pagantes políticos da humilhante derrota nas urnas o ano passado. Talvez seja – dizem por aí – porque do outro lado havia um jornalista precário metido a besta que ganha todas as eleições das quais participa. Dito tudo isso,vamos aos fatos. O Jornal O Guaíra, que já se agarrou a boias financeiras lançadas pelo prefeito reeleito José Eduardo Coscrato Lelis  - especialmente quando ele ocupava cargo executivo na Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – publicou em sua edição de domingo (ontem)  mais uma “reportagem”  esperta, destinada a prejudicar a imagem pública do filho de Seu Adnaer e  Dona Edna.  Misturando alhos com bugalhos, a matéria sob responsabilidade da “Isentona” usa recursos nitidamente destinados a confundir o leitor. Tratado como o Armageddon, o julgamento da ação eleitoral marcado para o próximo dia 6 de abril pelo TRE – Tribunal Regional Eleitoral é o que é: uma ação exclusivamente E – L – E – I – T – O – R  - A- L. Nesse sentido, caro leitor, é bom que se diga que o atual afastamento de José Eduardo não tem nada a ver – nem um fio de cabelo daqueles que nascem na  cabeça do dedão do pé – com o recurso que será julgado no TRE.  No dia 6, ministros do Tribunal Regional Eleitoral julgarão recurso de José Eduardo contra mais uma das jabuticabas guairenses:  a decisão surreal da justiça local de considerar que José Eduardo foi “favorecido” pelo jornal “Hora da Notícia’ pelo fato do corajoso periódico ter apoiado editorialmente (o que é previsto em lei e protegido pela liberdade de expressão), durante as eleições municipais do ano passado,  o nome de José Eduardo como a melhor opção para a gestão do poder público guairense. Entre as “provas” consideradas para a decisão do juiz local está uma entrevista que Dona Edna Coscrato Lelis, mãe de José Eduardo; deu ao jornal. Como se Dona Edna estivesse  proibida de falar, amordaçada por uma ditatura em um porão do DOI-Codi. A tendência é que tal decisão absurda tomada no contexto do Lawfare (escrevi sobre isso em artigo anterior) praticado contra José Eduardo pelo inconformismo de Dona Penúltima e seus parceiros de oportunismo, seja reformada pelo TRE. Entretanto, mesmo que isso não aconteça e o TRE “referende”  a arbitrariedade cometida pelo justiça eleitoral guairense; anote aí, a eleição de José Eduardo não será anulada, nem sua chapa com Renato Moreira cassada. Isso porque em dezembro do ano passado, o ministro Gilmar Mendes (alô Aline, que tal aprender mais uma pouco sobre a honradez de informar o leitor?) do Superior Tribunal Federal suspendeu entendimento do TSE (Tribunal Superior  Eleitoral)  que limitava o chamado “efeito suspensivo” dos recursos eleitorais. O novo entendimento do TSE que Gilmar barrou acabava , de imediato, com o efeito suspensivo amplo de recursos como o impetrado por José Eduardo. Assim, permanece, por decisão correta de Gilmar, o entendimento anterior do TSE com o qual  basta a interposição do recurso (como fez José Eduardo)  para interromper a eficácia de toda a decisão questionada, alcançando, por exemplo, também a inelegibilidade. Gilmar entendeu que a  nova interpretação violava os princípios da separação dos Poderes, da reserva legal e da anterioridade em matéria eleitoral, pois a regra estava em plena eficácia nas eleições municipais de 2020. Assim, para Gilmar (alô Aline, conseguiu entender agora? Se for o caso, eu envio um mapinha autografado), novos entendimentos do TSE não podem ser aplicados aos eleitos em 2020, como é o caso explícito de José Eduardo. Portanto, o prefeito reeleito, mesmo diante de uma improvável derrota no TRE no dia 6, poderia continuar recorrendo sem perder os direitos políticos; leia-se a justiça eleitoral não poderá, como muitos querem e outros tantos desejam, convocar novas eleições. Se o fizer, a decisão cai como uma vaso de porcelana na Pedra do Arpoador quando chegar ao Supremo. Superado este ponto e se você conseguiu avançar até aqui é fundamental saber também que José Eduardo está afastado do cargo por outra ação, na esfera criminal, a partir de decisão também arbitrária e monocrática de ministro do STJ –  Superior Tribunal de Justiça, que o impediu de exercer suas funções públicas desde que o GAECO fez seu desfile “cívico-militar” em Guaíra,  colocando fuzis na cabeça de adolescentes cuja maior periculosidade é gravar vídeos no  Tik-Tok. Para este caso explícito de “Lawfare” o remédio é um HC, um Habeas Corpus  que os advogados de José Eduardo já pediram ao STJ , aqui em Brasília. Como revelado pela coluna com exclusividade, este HC, que pode devolver José Eduardo à prefeitura independentemente do que aconteça dia 6 na Justiça Eleitoral; deve ser julgado, por colegiado, até o final de abril ou muito antes, dizem as boas línguas, do que todos nós imaginamos. O resto é  reportagem malandra de jornalistas derrotados (as). Bia, Armani , JC Soares e até mesmo Edvaldo Morais, terão de esperar por 2024 para tentar um mandato. Apesar de toda a torcida contrária das hordas de todo tipo de “Alines” que cercam os perdedores.

 

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