CRÔNICAS DE ONDE EU VIM – EXCLUSIVO: DEFESA PREVÊ JULGAMENTO DE HABEAS CORPUS DE JOSÉ EDUARDO ENTRE TRINTA E SESSENTA DIAS
A coluna conversou longamente e com exclusividade com o prestigiado advogado Guilherme Jubran, responsável pela defesa do prefeito reeleito de Guaíra no Superior Tribunal de Justiça
Enquanto a imprensa guairense e os especialistas em coisa nenhuma especulam, mergulhados na volúpia em “adivinhar” cenários, esta coluna faz o que ninguém consegue: vai direto na fonte e ao ponto, com exclusividade. Jornalismo sempre foi isso: chegar primeiro para informar com precisão e fazer da “concorrência” uma comédia de amadores comedores de poeira. Na última segunda-feira, 8, conversei longamente, em videoconferência, com o jovem e brilhante advogado Guilherme Abraham de Camargo Jubran. Guilherme é filho de Wanderley Abraham Jubran, um dos grandes nomes do Direito paulista; e divide com o pai a condução de ações civis e criminais de alta complexidade. Defensor do prefeito reeleito José Eduardo Coscrato Lelis no caso do golpe institucional do qual o chefe do executivo guairense foi vítima, Guilherme estava à vontade, com a gravata afrouxada depois de um dia intenso de audiências. Com o pai recuperando-se da Covid-19, a mesa de Guilherme, conforme ele mesmo revelou, abarrotou-se, bem acima do normal . “Não repare em meu semblante...o dia foi cheio”, disse-me Jubran, o filho, quando iniciávamos a conversa. Compreensível. Jubran prefere, ao contrário dos modismos da advocacia moderninha guiada por algorítimos, debruçar-se sobre os mínimos detalhes das causas que abraça e isso parece fazer toda a diferença. O advogado de José Eduardo no caso do “Desfile Militar do Gaeco” (metáfora minha) é tão cerebral quanto seu contratante. Não gosta de holofotes para não alimentar os “raters”, os “odiadores” propagadores de mentiras que tanto atacaram José Eduardo ao longo da última campanha eleitoral. Por entender que o afastamento injusto de José Eduardo das funções públicas é um caso claro e clássico da esfera criminal, Jubran recorreu ao instituto consagrado do Habeas Corpus para recuperar os direitos políticos do primeiro prefeito reeleito da história de Guaíra; defendendo-o dos conhecidos abusos do MP, instituição que, convenhamos, não vive o melhor de seus momentos em plano nacional. Esta aí, diante dos olhos do país, a iminente suspeição de Sérgio Moro e seus parceiros de Inquisição, os procuradores da República de Curitiba. “Não é razoável nem tão pouco justo que José Eduardo permaneça afastado sem ter cometido nenhum crime e diante de uma investigação que sequer formalizou denúncia até o momento”, avalia Jubran. O advogado sabe do que está falando e destaca, quase incrédulo, o tamanho do coração de José Eduardo. “O prefeito José Eduardo foi sugado para as investigações do Ministério Público porque foi copiado em um e-mail e por ser , como chefe do executivo, o ordenador de despesas. Como é possível, diante de ‘elementos’ tão frágeis, que a Justiça, alimentada pelos abusos narrativos do MP, o impeça de exercer as funções públicas que conquistou com ampla legitimidade nas urnas?”, questiona Guilherme tendo por cliente um homem que, mesmo sob as mais pungentes injustiças, consegue manter a calma, sorrir e pensar no todo. Para o advogado de José Eduardo, o HC que visa garantir seu retorno às funções públicas deve ser julgado por colegiado do STJ (na primeira tentativa houve natural e até mesmo esperada recusa monocrática) entre trinta e, no máximo, sessenta dias. Isso significa dizer que, se tudo correr bem ( a tendência é que corra a julgar pela jurisprudência do assunto), José Eduardo estará de volta à prefeitura entre abril e maio. Até lá, Edvaldo Morais seguirá cumprindo, com competência – é preciso que se reconheça o bom desempenho do prefeito interino diante das circunstâncias – sua missão de tocar a cidade com seriedade e bom senso enquanto os milhares de guairenres que reelegeram José Eduardo aguardam sua volta. Nesse sentido, fosse eu o chefe de gabinete Murilo Cassimiro, homem de confiança de José Eduardo e que tem entre seus predicados uma lealdade inquestionável ; começaria, desde já, a preparar o “Retorno do Rei”. Ainda que isso possa enciumar Edvaldo. Servir a dois senhores não é tarefa das mais fáceis mas quem disse que a política algum dia foi um mar calmo?
Coração que não cabe no peito
Jubran é advogado exclusivo de José Eduardo mas todas as vitórias que eventualmente a defesa consiga para o cliente terão um efeito dominó sobre os outros “acusados”. Quando foi contratado, Jubran chegou a sugerir a José Eduardo que sua defesa fosse personalista e que não houvesse preocupação com os outros. José Eduardo não concordou mesmo sabendo que isso poderia abreviar a “novela do retorno”. Embora faça defesa única e exclusiva de José Eduardo, o advogado está construindo as suas peças com o que poderia ser chamado de amplitude subliminar. A inocência de José Eduardo significará, ao fim e ao cabo, a inocência de todos. Tragado injustamente para um escândalo fabricado em escritórios de advocacia que servem aos seu adversários derrotados, José Eduardo não vê dolo nenhum na conduta do vice, Renato Moreira; e dos outros servidores apontados como envolvidos no caso das “ONGs” pagadoras de projetos no esporte municipal. Contrariando recomendações da própria família (Dona Edna ficou indignada), José Eduardo só aceita a anulação completa e irrestrita de todas as acusações; para si e para todos. Típico de um coração que não cabe no peito. O mesmo que conquistou 60% dos corações da cidade.

Comentários